Trump pretende deportar "criminosos", sem "prejudicar" agricultores
- 21/06/2025
"Temos de tirar os criminosos do nosso país. Estamos a pensar em fazer alguma coisa para que, no caso dos agricultores com boa reputação, possam assumir a responsabilidade pelas pessoas que contratam e deixá-las assumir a responsabilidade", afirmou Trump aos jornalistas em Nova Jérsia, para onde se deslocou durante o fim de semana.
Questionado sobre os efeitos que as rusgas poderão ter no sector agrícola, um dos que mais contrata imigrantes, juntamente com a construção, o lazer e a hotelaria, Trump insistiu que não quer "deixar as quintas falirem".
"Ao mesmo tempo, não queremos prejudicar as pessoas que não são criminosas (...) Há pessoas que trabalham em quintas há 20 anos. É muito difícil chegar lá e dizer: 'Sabes, estás fora' - mas vamos deixar que os agricultores assumam a responsabilidade", avisou o Presidente dos EUA.
Desde o seu regresso ao poder, em janeiro último, o republicano endureceu a sua política de imigração e os membros do seu governo avançaram com rusgas maciças, detenções em postos de controlo de imigração e deportações de imigrantes sem documentos.
No entanto, na semana passada, Trump reconheceu que a sua política de imigração "muito agressiva" está a afetar os setores da agricultura, da hotelaria e do entretenimento, e anunciou que haveria "mudanças", sem fornecer mais pormenores.
Os trabalhadores destes setores são, na sua maioria, imigrantes sem documentos, que, em muitas ocasiões, optaram por se esconder, deixando de ir trabalhar e de levar a sua vida normal por medo de serem detidos e deportados em operações do Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE, na sigla inglesa).
Após constatar os efeitos, a administração federal suspendeu brevemente as rusgas de imigração em quintas, hotéis e restaurantes, que retomou apenas quatro dias depois, em aparente contradição com as declarações de Trump.
Ainda na sexta-feira, o tribunal de recurso federal do 9.º circuito decidiu que o Presidente Donald Trump pode manter o controlo sobre a Guarda Nacional da Califórnia, suspendendo a decisão de um tribunal em São Francisco, que tinha declarado a mobilização ilegal.
É uma vitória temporária importante da administração em Washington frente ao governador da Califórnia, Gavin Newsom, que tinha interposto um processo legal para recuperar o controlo da Guarda Nacional do estado, enviada para Los Angeles quando deflagraram protestos contra rusgas de imigração.
Segundo o tribunal de recurso, a Administração Trump apresentou razões suficientes para tomar o comando da Guarda Nacional do estado da Califórnia contra a vontade do governador, algo que é muito raro no país.
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