Países árabes e islâmicos condenam "agressão" de Israel contra Irão
- 16/06/2025
O comunicado, assinado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita, Egito, Jordânia, Emirados Árabes Unidos (EAU), Paquistão, Barém, Brunei, Turquia, Chade, Gâmbia, Argélia, União das Comores, Djibuti, Sudão, Somália, Iraque, Omã, Qatar, Kuwait, Líbia e Mauritânia, marca a posição destes Estados em relação aos múltiplos ataques ao Irão.
Os Estados rejeitaram e condenaram "os ataques israelitas contra a República Islâmica do Irão desde a madrugada de 13 de junho de 2025, assim como qualquer prática que constitua uma violação do direito internacional" e da ONU.
Apelaram também ao respeito pela "soberania e integridade territorial dos Estados, pelos princípios da boa vizinhança e pela resolução pacífica dos diferendos".
"Manifestamos a nossa profunda preocupação com esta perigosa escalada, que ameaça ter graves repercussões na segurança e estabilidade de toda a região", acrescentaram na nota.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros insistiram igualmente na "necessidade de pôr termo às hostilidades israelitas contra o Irão, que surgem num momento de tensão acrescida no Médio Oriente".
Os países sublinharam a importância de criar uma região no Médio Oriente livre de armas nucleares e de outras armas de destruição maciça, em conformidade com as resoluções internacionais.
Para os Estados é importante a "rápida adesão de todos os países da região ao Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares", na sequência do anúncio hoje feito de uma proposta do Parlamento iraniano para abandonar o Tratado.
Insistiram também na necessidade de "não atacar instalações nucleares sujeitas às salvaguardas da Agência Internacional da Energia Atómica [AIEA], uma vez que tal constitui uma violação flagrante do direito internacional e do direito humanitário internacional".
Os países apelaram ainda a que "se retome a via negocial o mais rapidamente possível, uma vez que esta é a única forma de chegar a um acordo sustentável sobre o programa nuclear iraniano".
A guerra entre Israel e o Irão foi desencadeada na madrugada de 13 de junho por bombardeamentos israelitas contra instalações militares e nucleares iranianas, matando lideranças militares, cientistas e civis.
Entre os mortos, contam-se pelo menos 15 oficiais superiores, confirmados por Teerão, incluindo o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general Mohamad Hossein Baqari, o comandante-chefe da Guarda Revolucionária Iraniana, Hossein Salami, e o chefe da Força Aeroespacial da Guarda Revolucionária, general Amir Ali Hajizadeh.
O Irão retaliou com centenas de mísseis direcionados às cidades de Telavive e Jerusalém.
O conflito já fez dezenas de mortos e centenas de feridos de ambos os lados.
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